Dramaturgia de "Determinadas Pessoas - Weigel"

 
 
Trechos da dramaturgia criada por Esther Góes e Ariel Borghi, que trazem fatos reais sobre a vida e pensamento de Weigel.
 
 
 
“ A Mãe estreou no dia 17 de janeiro de 1932. Escreve aí! Quando os ensaios
começaram, eu e Brecht descobrimos juntos a ternura, o humor, o calor dessa
personagem! Ele diz que isso mudou sua dramaturgia. Uma operária pode ser
uma protagonista!”
 
“Como sempre fui adepta de concepções laico-universalistas, odeio quando me
chamam de camarada. Desde os anos 20. Na verdade, prefiro o movimento
operário real à teoria marxista. Quem sabe devido à minha prática social na
cozinha: lá se sabe tudo através do preço da salsinha. Mas quando chegam
pra mim e dizem: “O que acha, camarada?” respondo: “Acho bom, camarada,
claro, camarada.”
 
“ Coragem estreou! 11 de janeiro de 1949. O público compreendeu que a peça
mostra o comportamento da maioria dos alemães, que não se manifestaram
contra Hitler até o fim, como tanto esperamos que fizessem, mas tentaram
fazer da guerra um negócio pessoal, como a Coragem fez, enquanto perdia
seus três filhos. Imediatamente me tornei muito conhecida aqui.”
 
“E precisamos também eliminar os vícios de linguagem do nazismo, o tom, a
fala, que substitui sons humanos por gritos e barulhos de tanques...”
 
“Muitos não acreditam mais no Socialismo. Eu e Brecht sim, se forem
corrigidas as distorções. Mas pro Berliner, basta que seus membros sejam
pacifistas. A pomba da paz, do Picasso, é o nosso único lema.”
 
“14 de agosto de 1956. Brecht morreu. Em sua cama, na Chausseestrasse, em
Berlim. Aos 58 anos de idade. Será enterrado em silêncio, como pediu.”
 
“Assim que você morreu, escondi seus manuscritos de protesto contra a falta
de diálogo com os operários, de indignação com a política cultural pavorosa,
suas cartas mais comprometedoras, que os deixariam apavorados. Pus tudo
num cofre, que aluguei num banco. Depois trouxe pra casa, fiz um esconderijo
atrás do espelho do meu quarto, era mais seguro. Mas enquanto isso, passei
 
tudo pra Berlim Ocidental, para a Editora do Peter Surkhamp, e eles estão
publicando tudo, sua obra integral, sem cortes!”
 
“Política é Humanidade! Nas pessoas, não na teoria! Não sou utópica,
sou...quotidiana. Sou a mesma que me trouxe aqui”.
 
“Já representei Coragem mais de 400 vezes, muito além do prometido!”
 
“Não vou chorar”.

“ A Mãe estreou no dia 17 de janeiro de 1932. Escreve aí! Quando os ensaios

começaram, eu e Brecht descobrimos juntos a ternura, o humor, o calor dessa

personagem! Ele diz que isso mudou sua dramaturgia. Uma operária pode ser

uma protagonista!”

 

“Como sempre fui adepta de concepções laico-universalistas, odeio quando me

chamam de camarada. Desde os anos 20. Na verdade, prefiro o movimento

operário real à teoria marxista. Quem sabe devido à minha prática social na

cozinha: lá se sabe tudo através do preço da salsinha. Mas quando chegam

pra mim e dizem: “O que acha, camarada?” respondo: “Acho bom, camarada,

claro, camarada.”

 

“ Coragem estreou! 11 de janeiro de 1949. O público compreendeu que a peça

mostra o comportamento da maioria dos alemães, que não se manifestaram

contra Hitler até o fim, como tanto esperamos que fizessem, mas tentaram

fazer da guerra um negócio pessoal, como a Coragem fez, enquanto perdia

seus três filhos. Imediatamente me tornei muito conhecida aqui.”

 

“E precisamos também eliminar os vícios de linguagem do nazismo, o tom, a

fala, que substitui sons humanos por gritos e barulhos de tanques...”

 

“Muitos não acreditam mais no Socialismo. Eu e Brecht sim, se forem

corrigidas as distorções. Mas pro Berliner, basta que seus membros sejam

pacifistas. A pomba da paz, do Picasso, é o nosso único lema.”

 

“14 de agosto de 1956. Brecht morreu. Em sua cama, na Chausseestrasse, em

Berlim. Aos 58 anos de idade. Será enterrado em silêncio, como pediu.”

 

“Assim que você morreu, escondi seus manuscritos de protesto contra a falta

de diálogo com os operários, de indignação com a política cultural pavorosa,

suas cartas mais comprometedoras, que os deixariam apavorados. Pus tudo

num cofre, que aluguei num banco. Depois trouxe pra casa, fiz um esconderijo

atrás do espelho do meu quarto, era mais seguro. Mas enquanto isso, passei

 

tudo pra Berlim Ocidental, para a Editora do Peter Surkhamp, e eles estão

publicando tudo, sua obra integral, sem cortes!”

 

“Política é Humanidade! Nas pessoas, não na teoria! Não sou utópica,

sou...quotidiana. Sou a mesma que me trouxe aqui”.

 

“Já representei Coragem mais de 400 vezes, muito além do prometido!”

 

“Não vou chorar”.