Helene Weigel e Bertold Brecht
Helene, uma mulher com posturas e opiniões singulares acerca do mundo e de sua própria vida, de ascendência judaica, nasceu em Viena, em 12/05/1900. Iniciou-se na vida profissional em 1919 e o papel que lhe deu visibilidade foi a Marie na peça Woyzeck, de Georg Büchner. Participou das experiências do Teatro Proletário de Erwin Piscator, mergulhando nos debates políticos e estéticos da Alemanha de Weimar.
Nesse universo, a atriz Weigel encontrou, em 1922, o dramaturgo Bertold Brecht, relacionamento que se transformou em casamento (1929) e gerou dois filhos (Steffan e Bárbara). Helene e Brecht permaneceram unidos numa trajetória que foi compartilhada, em níveis distintos, com outras mulheres: Carola Neher, Elizabeth Hauptmann, Margarete Steffin, Ruth Berlau... Berti-Helli atuaram em Berlim e em outras cidades alemãs, e foram levadas ao exílio quando da chegada de Adolf Hitler ao poder. Foi uma longa peregrinação pela Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia e União Soviética, até chegar aos Estados Unidos em 1941. Permaneceram na América até o ano de 1947, quando retornaram à Europa e se estabeleceram definitivamente na República Democrática Alemã. Ali fundaram, em 1949, o Berliner Ensemble, do qual Brecht tornou-se Diretor Artístico, e Weigel, além de atriz, Intendente. Ao longo da construção deste projeto, Brecht consolidou sua dramaturgia e Helene Weigel desenvolveu um estilo interpretativo particular, tornou-se o símbolo do Berliner Ensemble e o parâmetro da representação épica na cena contemporânea.
Helene, uma mulher com posturas e opiniões singulares acerca do mundo e de sua própria vida, de ascendência judaica, nasceu em Viena, em 12/05/1900. Iniciou-se na vida profissional em 1919 e o papel que lhe deu visibilidade foi a Marie na peça Woyzeck, de Georg Büchner. Participou das experiências do Teatro Proletário de Erwin Piscator, mergulhando nos debates políticos e estéticos da Alemanha de Weimar.
Nesse universo, a atriz Weigel encontrou, em 1922, o dramaturgo Bertold Brecht, relacionamento que se transformou em casamento (1929) e gerou dois filhos (Steffan e Bárbara). Helene e Brecht permaneceram unidos numa trajetória que foi compartilhada, em níveis distintos, com outras mulheres: Carola Neher, Elizabeth Hauptmann, Margarete Steffin, Ruth Berlau... Berti-Helli atuaram em Berlim e em outras cidades alemãs, e foram levadas ao exílio quando da chegada de Adolf Hitler ao poder. Foi uma longa peregrinação pela Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia e União Soviética, até chegar aos Estados Unidos em 1941. Permaneceram na América até o ano de 1947, quando retornaram à Europa e se estabeleceram definitivamente na República Democrática Alemã. Ali fundaram, em 1949, o Berliner Ensemble, do qual Brecht tornou-se Diretor Artístico, e Weigel, além de atriz, Intendente. Ao longo da construção deste projeto, Brecht consolidou sua dramaturgia e Helene Weigel desenvolveu um estilo interpretativo particular, tornou-se o símbolo do Berliner Ensemble e o parâmetro da representação épica na cena contemporânea.
Poemas de Brecht a Weigel
POEMAS DE BRECHT PARA WEIGEL
(constam da biografia de Sabine Kebir)
Carta de Brecht a Weigel no final de dezembro de 1923:
1 – Segunda metade de dezembro
Forte monotonia
90% de nicotina
10 gramofone
Evidente falta de livros
Passagem do ano:
Vmos para Mahagonny
Preferida!
2 – H W
(do alemão :
Havary)
Havary significa algo como atingido, abalroado, a colisão de dois navios.
Poema a Weigel no Exílio, na fase de apresentações de Os Fuzis, na Suécia:
Os apetrechos de Weigel
Vejam aqui o banquinho e o espelho antigo
Diante do qual se sentava, sem papel no colo,
O lápis de maquiagem vejam, o minúsculo pote te ruge,
E aqui a rede que enredava como peixe-fêmea!
Mas vejam também agora, do tempo de fuga, a moeda sueca furada
De cinco centavos e o sapato gasto, a panela de latão
Onde ela cozinhava para as crianças
A tábua onde a massa era sovada!
Tudo com que ela lidou na felicidade e na tristeza
Objetos seus e dela, aqui estão expostos!
Oh, grande preciosidade, que nunca fez cerimônia!
Atriz e refugiada, serviçal e mulher!
Poema a Weigel na estreia de Antigone, de Sófocles, em Zurique, Suíça, após quinze ano de exílio:
Saia da penumbra e percorra
Diante de nós um tempo
Afável, com o passo leve
Dos determinados, terrível
Para os terríveis
Afastada, sei
Como temeste a morte, mas
Mais ainda temeste
A vida indigna
E nada perdoaste aos poderosos
E não te igualaste
Aos perturbadores, nem mesmo
Esqueceste o ultraje, mas a
Atrocidade não foi deixada para trás.
Salut!